O desespero pergunta:
"Quem eah vc? Pq me ronda? Que dor eah essa? Não sei se suporto isso."
Gaguejando e falando baixo, timidamente o outro responde:
"S-so-u o vazio."
Eu, a observadora, vejo com atenção toda a cena.
Pela 1a vez deixo o vazio se manifestar, o percebo, olho para ele com coragem, o reconheço, o sinto, o aceito e, dessa forma, o entendo.
Uma onda de amor toma conta de mim nesse instante, o pego em meus braços, o abraço gostoso, o miro profundamente e sem conseguir conter meu sentimento, falo:
"Querido, sinto muito, perdão por todos esses anos ter te deixado de lado, deixei o desespero tomar conta de ti e ele tratava de te fazer sumir, tentando te sufocar te preenchendo de coisas, mas ele nunca conseguiu, e agora agradeço por isso. Te fitando de perto percebo como és lindo e leve. Fluido. Vazio.
Agora eu e a amorosidade cuidaremos de ti.
Sinto mto, meu pequeno e belo vazio, foram anos de displicência, mas hoje te vejo e não quero mais q vá embora ou q sejas preenchido. Te quero assim, presente na ausência, e o cuidarei com todo amor, carinho e aceitação q mereces tanto. Percebo a tua importância para meu equilíbrio. Te amo e sou grata."
Agora eu e a amorosidade cuidaremos de ti.
Sinto mto, meu pequeno e belo vazio, foram anos de displicência, mas hoje te vejo e não quero mais q vá embora ou q sejas preenchido. Te quero assim, presente na ausência, e o cuidarei com todo amor, carinho e aceitação q mereces tanto. Percebo a tua importância para meu equilíbrio. Te amo e sou grata."
O vazio suspira levemente e se aconchega gostoso em meu peito.
Agora ele pode, enfim, relaxar.
_Lakka Fagundes